Boa gestão da propriedade é fundamental para garantir lucro ao produtor
Com preços e clima incertos, cresce a importância de estratégias para melhorar a gestão das propriedades Depois da euforia com preços históricos das commodities em 2022, os custos de produção subiram, o que diminuiu a rentabilidade no campo nos últimos dois anos. É verdade que as despesas com insumos recuaram um pouco no último ano, mas é consenso entre analistas e representantes do setor que continuarão em patamar historicamente alto. Assim, em 2025, os produtores brasileiros precisarão aprimorar suas estratégias para voltarem a ter boas margens de lucro. Initial plugin text Isso porque não se poderá contar muito com a valorização das commodities para construir margem, já que a colheita deverá ser farta nos maiores produtores, o que tende a pressionar as cotações. No Brasil, o maior produtor de soja do mundo, a colheita do grão deverá crescer 10,5% na temporada 2024/25, para 169 milhões de toneladas, um recorde. O crescimento nos Estados Unidos deverá ser de 7,2%, com produção de 121,4 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Segundo Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio, com elementos de custo e preços praticamente consolidados para o próximo ano, os produtores da oleaginosa terão dificuldades para alcançar bons resultados financeiros em 2024/25. “No caso da soja, a margem bruta líquida em Mato Grosso é a menor dos últimos 20 anos, beirando a zero, e tudo isso tem relação com a forte queda das commodities, especialmente na safra 2023/24”, analisa. André Dobashi, presidente da Co-missão de Grãos e Fibras da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA), acredita que mesmo queo preço da soja se mantenha em US$ 10 o bushel no início de 2025, o produtor pode conseguir bons resultados financeiros, desde que tenha boa produtividade e gestão adequada na fazenda. “O cenário mostra, por enquanto, uma grande oferta, que supera a demanda. Mas a rentabilidade doprodutor será melhor que no último ciclo por causa da queda do preço dos insumos e do câmbio”, afirma. Na avaliação de Cogo, uma das estratégias para ampliar as margens está mesmo na produtividade, que tende a melhorar no próximo ano. “É preciso tentar centrar o foco ao máximo em tecnologia para quebrar todos os bons níveis de rendimento, buscando algo acima de 70 sacas por hectare. Por enquanto, os mapas indicam clima favorável no próximo ano, então, há condições de se buscar produtividade maior”, diz. O preço das biotecnologias subiu muito. Mais do que nunca, é preciso escolher materiais com bom custo-benefício Em Mato Grosso, Estado que lidera a produção nacional de soja, a rentabilidade deve ficar próxima das máximas históricas. Isso deve acontecer a despeito de os custos ainda estarem relativamente altos, afirma Cleiton Gauer, superintendente do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (Imea). “O cenário parece bom. O produtor (de Mato Grosso) pode ter rendimento próximo da média histórica, em torno de R$ 900 a R$ 1.000 por hectare”, destaca. Initial plugin text Em sua primeira estimativa para a temporada 2025/26, o Imea fala em despesas de custeio para o cultivo de soja de R$ 3.816 por hectare, valor 3,87% menor do que o da safra atual. Gauer ressalta que o dólar é, sem dúvida, o principal ponto de atenção do agricultor para o início de 2025. A cotação da moeda americana atingiu recentemente a marca de R$ 6, em um momento em que o produtor está planejando a compra do pacote tecnológico da próxima temporada. “A leitura é sempre a mesma, seja para os momentos mais otimistas ou mais incertos: é preciso cautela. Na hora de comprar insumos, é preciso travar o custo.” A venda da soja que será colhida a partir de janeiro é outro ponto que merece atenção do produtor. Nesse sentido, algumas estratégias podem ter impacto positivo sobre a margem no ano que vem. “O produtor deve fazer a projeção de sua margem antes do início das vendas. Separar uma parte da produção para se resguardar e não ficar com todo o produto físico na mão. Se, de uma hora para outra, o preço cair muito, o agricultor não erá forçado a negociar para ter que pagar as contas”, observa Gauer. Dobashi, da CNA, faz recomendação semelhante. Para ele, o produtor tem que pensar na venda de seus grãos de forma escalonada. “Quem não comercializou nada para 2024/25 já errou. A essa altura, o produtor precisa ter travado os custos de produção e as obrigações para pagar. Dava para ter negociado soja para fevereiro por R$ 120 para não correr risco. Depois, dá para negociar conforme achar melhor”, recomenda. Já para Cogo, a estratégia de segurar as vendas apenas para o segundo semestre pode ser uma boa opção em 2025, a depender do que acontecerá com as cotações da soja nos portos. “É preciso esperar para saber se teremos uma nova guerra comercial entre EUA e China. Se (o presidente eleito dos Estados Unidos) Donald Trump cumprir o que prometeu na campanha presidencial, podemos ter impacto sobre preços da soja, com viés de queda em Chicago, mas de alta p
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