Dia Nacional da Conservação do Solo: ações fortalecem pecuária de leite no RS

Projeto da Embrapa voltado à agricultura familiar promove sustentabilidade Resgatar as funções do solo, como regulação do clima, infiltração de água, sequestro e armazenamento de carbono e habitat de fauna e flora, está entre os objetivos de um projeto que vem sendo desenvolvido pela Embrapa Pecuária Sul com produtores de leite do Rio Grande do Sul. “É uma abordagem diferente de se trabalhar a conservação do solo. Essas funções são extremamente importantes e contribuem para aumentar a resiliência no campo”, explica Leandro Volk, pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, localizada em Bagé (RS). Leia também Produtores de Minas Gerais apostam em plantas de cobertura para ‘fazer as pazes’ com o solo Governo analisa subsídio para cultivo de cobertura Pesquisadora estuda como solos podem ser desenvolvidos a partir de rejeitos de mineração O projeto é voltado aos agricultores familiares associados à Coptil Cooperativa, que vivem em assentamentos localizados nos municípios gaúchos de Hulha Negra e Candiota. As ações tiveram início em janeiro de 2024 e envolvem em torno de 500 famílias de produtores de leite. Leandro comenta que entre as recomendações de conservação de solo estão manter a cobertura e as palhadas na área, adotar o plantio direto, obedecer o contorno do terreno em nível, implantar pastagem perene e observar a carga dos animais. A abordagem diferenciada, segundo o pesquisador, promove resultados além do trabalho tradicional de conservação do solo que, normalmente, dá ênfase a perdas causadas pela erosão, degradação e poluição. “Com a adoção das medidas recomendadas, é possível manter e melhorar as funções ecológicas que o solo entrega”, ressalta. Entre os resultados observados neste primeiro ano de trabalho, Leandro aponta aumento natural na produção de forragem, melhor qualidade da pastagem e cobertura vegetal durante o ano inteiro. “São consequências fundamentais para a sustentabilidade da produção de leite em pequenas propriedades, uma vez que sem esses cuidados há considerável diminuição da produção de leite no outono e inverno. Essa oscilação é um problema para os produtores e para a indústria”, avalia. De acordo com ele, no caso da pecuária de leite, uma pastagem perene contribui para aumentar a infiltração no solo, o que permite que na área haja menores efeitos da seca ou do excesso de chuva. “Não é só conservar o solo para evitar erosão, é recuperar as funções do solo para manter a produção, garantir sustentabilidade e resiliência frente às mudanças climáticas. É a nossa sobrevivência”, resume. Ele frisa que as mudanças climáticas são desafio para a produção de leite e afirma que durante a ocorrência das chuvas intensas no Rio Grande do Sul, em 2023, as maiores perdas foram registradas em áreas rurais com solo em que havia perda de funções: “dessa maneira, as consequências foram piores em áreas com terrenos descobertos e em que a água não infiltrou no solo”. Para marcar o Dia Nacional da Conservação do Solo, comemorado nesta terça-feira (15/4), a Embrapa Pecuária Sul promove um Dia de Campo na Comunidade São Roque, no Assentamento Conquista da Fronteira, em Hulha Negra. O evento tem a parceria da Coptil, das secretarias de Agropecuária de Hulha Negra e de Agropecuária e Agricultura Familiar de Candiota. Estão programadas palestras e relatos de produtores sobre estratégia forrageira e experiências bem sucedidas do uso de feno e mix de pastejo, assim como visitas técnicas a campo. Projeto da Embrapa Pecuária Sul envolve em torno de 500 famílias de produtores de leite Divulgação/Embrapa Papel da agropecuária A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, movimento que reúne empresas e organizações do setor privado, da academia e da sociedade civil, também aproveita a data para reforçar o papel da agropecuária na recuperação dos ecossistemas brasileiros. O movimento chama a atenção para a urgência de boas práticas e políticas públicas que promovam uma agricultura de baixo carbono e garantam a segurança alimentar. “Usar de forma mais eficiente áreas já consolidadas é fundamental para que o Brasil continue aumentando sua produção agropecuária sem a necessidade de abertura de novas áreas”, diz Fernando Sampaio, cofacilitador da Coalizão Brasil. A entidade lembra que, de toda a área ocupada pela agropecuária no país, 60% são dedicados a pastagens. Destas, segundo o Laboratório de Pastagens da Universidade Federal de Goiás, 60% (ou 107 milhões) de hectares estão em algum estágio de degradação. Diante desse cenário, o governo federal lançou o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD) que pretende, em dez anos, recuperar e converter até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis. Essa meta significa dobrar a área de produção de alimentos no Brasil sem desmatamento. “A agropecuária regenerativa não apenas conserva o solo e sua biodiversidade, como também reduz emissões e aument

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Projeto da Embrapa voltado à agricultura familiar promove sustentabilidade Resgatar as funções do solo, como regulação do clima, infiltração de água, sequestro e armazenamento de carbono e habitat de fauna e flora, está entre os objetivos de um proje >>>

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