Dólar recua com foco em discurso do presidente do Fed e tensões comerciais entre EUA e China
Mercado Financeiro Dólar recua com foco em discurso do presidente do Fed e tensões comerciais entre EUA e China Mercado financeiro acompanha declarações de Jerome Powell sobre juros nos EUA e analisa impactos da escalada tarifária promovida pelo governo Trump nas relações comerciais com a China Publicado em: 16/04/2025 às 10:30hs Abertura do dólar em baixa O dólar iniciou o pregão desta quarta-feira (16) em queda, refletindo a expectativa do mercado pelo aguardado pronunciamento de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. A fala de Powell, prevista para o início da tarde, pode trazer novas sinalizações sobre o futuro da política monetária norte-americana, cuja taxa de juros está atualmente entre 4,25% e 4,50% ao ano. Expectativa sobre juros nos EUA O discurso é relevante porque, apesar de parte do mercado acreditar em possíveis cortes nos juros ainda este ano, as medidas tarifárias anunciadas pelo presidente Donald Trump têm gerado incertezas. O aumento de tarifas pode pressionar a inflação, o que tende a adiar a redução dos juros. Juros mais altos nos EUA tornam os títulos públicos americanos mais atrativos, o que fortalece o dólar em relação a outras moedas. Repercussões da guerra comercial Além do pronunciamento de Powell, os investidores acompanham atentamente os desdobramentos da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Na véspera, a Casa Branca divulgou, sem aviso prévio, um documento que eleva para até 245% as tarifas sobre produtos chineses. Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Li Jian, afirmou nesta quarta-feira que os EUA deveriam abandonar as ameaças e chantagens se desejam, de fato, manter um canal de negociação aberto com o país asiático. No mesmo tom, a porta-voz do governo norte-americano, Katherine Leavitt, afirmou que os Estados Unidos estão abertos a negociações, mas que cabe à China procurar Trump para que haja um acordo. Cotação do dólar Às 9h15, a moeda norte-americana registrava queda de 0,23%, sendo negociada a R$ 5,8772. Na sessão anterior, o dólar havia encerrado com alta de 0,67%, cotado a R$ 5,8905. No acumulado, a moeda apresenta alta de 0,33% na semana, ganho de 3,24% no mês e desvalorização de 4,68% no ano. Desempenho do Ibovespa O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, iniciou as negociações às 10h. No pregão de terça-feira (15), fechou em baixa de 0,16%, aos 129.245 pontos. Com isso, acumula alta de 1,23% na semana, queda de 0,78% no mês e valorização de 7,46% em 2024. Incertezas sobre política tarifária nos EUA As tensões comerciais, especialmente a política tarifária dos Estados Unidos, seguem como o principal fator de instabilidade nos mercados. Na segunda-feira (14), o presidente Trump sinalizou a possibilidade de aliviar as tarifas sobre o setor automotivo, ao mesmo tempo em que mencionou a intenção de taxar a importação de produtos farmacêuticos. Essas declarações aumentaram as dúvidas dos investidores sobre os rumos da política comercial americana, agravadas pelas contínuas retaliações chinesas. Na terça-feira (15), o governo de Pequim determinou que companhias aéreas do país não recebam novas entregas de jatos da Boeing e recomendou a suspensão da compra de peças e equipamentos aeronáuticos de empresas americanas. A medida é uma retaliação às tarifas de até 145% impostas pelos EUA a produtos chineses. Ainda nesta linha, o chefe da Administração Geral de Alfândegas da China incentivou empresas de importação e exportação a buscarem novos mercados para enfrentar os desafios impostos pelas tarifas norte-americanas. Efeitos no comércio global Especialistas alertam que o aumento das tarifas comerciais tende a afetar negativamente a dinâmica do comércio internacional. Os principais impactos observados são: Aumento da incerteza global: as tensões entre EUA e China tornam mais incerto o cenário econômico mundial. Inflação: com tarifas mais altas, os produtos ficam mais caros, pressionando os índices de preços. Queda no consumo: o encarecimento de produtos pode reduzir o consumo das famílias. Recessão global: a continuidade da guerra comercial pode desencadear um período de retração nas principais economias do planeta. Na terça-feira (15), o diretor do Federal Reserve, Christopher Waller, classificou a política tarifária de Trump como “um dos maiores choques econômicos enfrentados pelos EUA em muitas décadas”. Embora Waller considere os efeitos sobre a inflação como transitórios, analistas da XP Investimentos alertam que o Fed atravessa um período delicado, em que a inflação está pressionada e a economia pode caminhar para a recessão devido à instabilidade gerada pelas tarifas. Riscos futuros para a economia dos EUA Apesar do crescimento salarial e dos baixos índices de desemprego favorecerem os gastos dos consumidores até o momento, instituições financeiras americanas já sinalizam riscos à frente, caso a atual política comercial se mantenha. Dest

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