Aluguel de pivôs de irrigação une empresas dos EUA e Brasil
O modelo de negócio é aposta do ano da Valley com a Unidas Pesados para o mercado brasileiro; os alvos de 2025 são usinas e lavouras de grãos Com as dificuldades de custeio de lavoura pressionando produtores no Brasil em 2025, a empresa norte-americana de serviços de irrigação Valmont relançou uma parceria que possui há quase dois anos com a brasileira Unidas Pesados para oferecer locação de pivôs através de sua marca Valley. Os focos do modelo de negócio são empresas que estão apertadas financeiramente, ou já declararam recuperação judicial. Leia também A aposta do modelo de aluguel é voltada ao mercado brasileiro, que este ano está pressionado por uma taxa Selic de 14,25%. As parceiras querem aproveitar 2025 para divulgar o modelo de locação de pivôs em outras feiras. No momento, a alternativa financeira representa 5% dos negócios da Valmont no Brasil. Quando se fala de prospecção de vendas, o percentual salta para 20%. De olho no quadro econômico e sem pretensão de perder negócios, as empresas se aproveitaram da presença na Agrishow, que aconteceu semana passada em Ribeirão Preto, para reforçar a opção de crédito para projetos de irrigação. Os principais 'alvos' do modelo são usinas de cana-de-açúcar que possuem área produtiva, produtores de café e de grãos - commodities que dependem muito das condições climáticas da safra, mas por terem alta rentabilidade, acabam garantindo boas colheitas. É a crença nas safras recordes desses cultivos que assegura o negócio desenhado pela Valmont, segundo Vinicius Melo, diretor comercial da empresa para a América do Sul. Mais conhecida no Brasil pela marca de pivô Valley, a ideia é triangular o aluguel do equipamento com a Unidas, que fica responsável por amarrar a operação financeira, indicando os meses de locação, as formas e a gestão de pagamento. “Por que não arriscar?”, pergunta Melo, retoricamente. “Com a limitação de investimento que o produtor tem e a urgência de aumentar a produtividade por meio de pivôs, oferecemos essa alternativa de locação para que o projeto de irrigação saia do papel, ajude a lavoura e o cliente veja o payback que terá. Chega no final da locação, ele ainda pode comprar o pivô”, explica à Globo Rural. Como funciona a operação? No modelo de locação ofertado pelas empresas, o cliente pode ficar com o equipamento por até 120 meses, tempo considerado necessário para reverter o investimento. Hoje, no país, um projeto de implementação de pivôs para uma área de plantio de cana-de-açúcar de médio porte requer 20 equipamentos e o custo médio pode chegar a R$ 25 milhões. O valor afasta clientes de adotarem a irrigação no manejo das lavouras, contudo, Melo lembra que os pivôs têm elevado a produção de muitas áreas no Brasil, onde há disponibilidade hídrica, mas o uso eficiente da água acaba sendo uma limitação. Além do quadro de adoção de irrigação no Brasil, a parceria se delimitou em um contexto de atender clientes que gostariam de ter um pivô Valley. “Com a oferta, o produtor não precisa mobilizar capital, mas adere a uma modalidade financeira estratégica que é o aluguel”, destaca o gerente comercial da Unidas Pesados, José Renato Donadon. A empresa brasileira, que está com a Valmont/Valley nesta parceria desde 2024, já realizou estudos para mais de 80 clientes, produtores de grãos, citro e sucroalcooleiros. "Visualizamos uma grande concentração para produtores do Centro-Oeste, e também após a criação do modelo de locação os clientes sucroalcooleiros demonstraram grande interesse, pois com o pivô de irrigação garantem uma estabilidade e aumento de produção de açúcar e etanol sem precisar aumentar a área de plantio", detalha a empresa em resposta enviada à reportagem. Apesar de a empresa ainda não ter os valores consolidados do lucro líquido do segmento, está com boas expectativas para o negócio. “Temos mapeado no nosso pipeline mais de R$200 milhões em negócios para o fornecimento de pivôs de irrigação, que estão na eminência de serem assinados, aguardando as autorizações ambientais necessárias”, descreveu a Unidas. Em 2024, o faturamento da Unidas Pesados foi de R$ 932 milhões, o que representa um crescimento de 23% em relação ao faturamento de 2023. Esse valor envolve todos os segmentos que a companhia atende, contudo o agronegócio corresponde a uma fatia de mais de 45%, incluindo clientes dos ramos sucroalcooleiros, grãos e florestais. Oportunidade para empresas com problemas financeiros De acordo com Donadon, o interesse das duas empresas é viabilizar o projeto de irrigação para que, ao final, o cliente fique com o produto, tornando empresas em recuperação judicial oportunidades de negócio. Segundo o gerente, a modalidade é uma forma do produtor que precisa de irrigação escapar das linhas de crédito do Plano Safra, que devem ser anunciadas em julho. Para a companhia americana, o endividamento não é sinônimo de capacidade de pagamento. Além disso, a empresa considera um momento oportuno para expandir os negócios de pivôs no

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