Agro brasileiro amplia seu papel e atrai investimentos na nova economia verde

Agro brasileiro amplia seu papel e atrai investimentos na nova economia verde

O país se consolida como uma potência agroambiental em um momento em que o mundo busca soluções para dois dos maiores desafios do século: garantir segurança alimentar e acelerar a transição energética diante das mudanças climáticas. Com uma população global projetada para ultrapassar os 9 bilhões de pessoas até 2050, o Brasil reúne condições únicas para liderar essa transformação e atrair investimentos voltados à economia verde. A combinação entre alta produtividade, inovação tecnológica e práticas sustentáveis posiciona o agronegócio brasileiro no centro dessa agenda global. O setor tem demonstrado capacidade de ampliar a oferta de alimentos e energia com menor impacto ambiental. Em 2024, as exportações do agronegócio somaram US$ 164,4 bilhões, representando 49% do total exportado pelo país e registrando o segundo maior valor da série histórica, segundo dados do governo federal. O Brasil já ocupa lugar de destaque como um dos maiores produtores e exportadores agrícolas do mundo, além de ser referência em bioenergia. “O mercado financeiro tem papel essencial na promoção de uma operação mais eficiente e limpa, reforçando o apoio à transição para uma economia de baixo carbono e à segurança alimentar global”, afirma Taciano Custódio, head de Sustentabilidade do Rabobank Brasil. A produção de etanol de cana-de-açúcar, biodiesel a partir de soja e outras oleaginosas, biogás e biometano provenientes de resíduos da atividade rural, além da biomassa florestal, tem colocado o país em evidência no setor de energia. Um estudo do Observatório de Bioeconomia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que, entre 2020 e 2023, 30% da oferta energética local teve origem em matérias-primas agropecuárias. Sem essa contribuição, a parcela renovável da matriz energética brasileira teria sido de apenas 20%, mais próxima da média mundial de 15%. A lógica tradicional de “comida ou energia” vem sendo superada por uma abordagem integrada de “comida e energia”. A integração entre lavoura, pecuária e floresta, o aproveitamento de resíduos para geração de eletricidade e o uso de tecnologias digitais tornam possível ampliar a oferta com menor impacto ambiental. O agronegócio nacional, já consolidado como gigante, tem potencial para se tornar também o motor da transição energética e um dos pilares da segurança alimentar global. “O agro nacional já é gigante. Agora, ele pode ser também o motor da transição energética e o guardião da segurança alimentar global. A equação Food & Fuel não é um dilema, mas sim uma oportunidade. O Brasil tem tudo para resolvê-la com inteligência, inovação e sustentabilidade”, analisa Taciano. Competitividade global O mercado internacional está cada vez mais exigente quanto às boas práticas ambientais. A rastreabilidade e as certificações sustentáveis tornaram-se diferenciais estratégicos para o setor. Ferramentas como o Cadastro Ambiental Rural (CAR), o Sistema Brasileiro de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (SISBOV) e o Sistema Brasileiro de Agrorrastreabilidade (SIBRAAR) permitem monitorar a origem dos produtos sob critérios sanitários, ambientais e sociais, e ainda garantir conformidade com legislações internacionais, agregando valor à produção. Além disso, certificações como Bonsucro (cana), Round Table On Responsible Soy Association (RTRS) para soja, Rainforest Alliance para café e cacau, e a certificadora de produtos orgânicos do Ministério da Agricultura (MAPA/IBD) reforçam o compromisso do agro brasileiro com práticas responsáveis. Produtores que adotam essas certificações conquistam vantagem competitiva em diversos mercados. Na Europa, a nova legislação contra o desmatamento (EUDR) e a crescente demanda por produtos com pegada ecológica e social fez com que o Brasil tivesse uma oportunidade única de liderar a bioeconomia global. “Mas isso exige investimento em infraestrutura, capacitação e, sobretudo, comunicação transparente com a sociedade. Mostrar que o agro brasileiro é parte da solução e não do problema é essencial para consolidar o país como protagonista dessa transição”, aponta Taciano Custódio. Como banco cooperativo com forte atuação no agronegócio e compromisso com a sustentabilidade, o Rabobank contribui para o avanço de uma produção mais eficiente e limpa, apoiando soluções que integram inovação, produtividade e responsabilidade ambiental.