Jovem vê oportunidade na fartura de frutas em sua cidade e apoia produtores locais

Jovem vê oportunidade na fartura de frutas em sua cidade e apoia produtores locais

Érica Zambanini, de 29 anos, representa a quarta geração de uma família de produtores rurais de Itápolis, em São Paulo. Seus bisavós italianos chegaram ao Brasil em busca de uma vida melhor e encontraram na terra o caminho para a dignidade. Criada entre pomares de mangas e goiabas, a jovem transformou sua relação com o agro em missão de vida. Leia também Edição especial de 40 anos da Globo Rural destaca origens da revista e cultura da soja Como profissão, ela decidiu ser advogada e fazer pós-graduação em direito agrário e do agronegócio. À frente do escritório Zambanini & Brandão, Érica frisa que atua exclusivamente na defesa e proteção do produtor rural. “Escolhi ser advogada porque percebi a necessidade de o produtor ter alguém que entendesse sua realidade e falasse sua língua no universo jurídico”, diz. A trajetória da advogada ganhou novos rumos quando ela participou do Programa CNA Jovem, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. A experiência, conta, foi como um divisor de águas, que despertou nela o espírito de liderança e a visão de um agro mais integrado e inovador. Foi ali que nasceu o Gelado da Roça, projeto que conecta produtores locais às sorveterias de Itápolis, conhecida como Capital Nacional do Sorvete. A ideia surgiu quando Érica percebeu que, apesar da abundância de frutas na região, as sorveterias compravam matéria-prima em outras cidades. A solução foi criar uma rede que valorizasse os insumos locais e transformasse o sorvete em um produto com identidade territorial. A iniciativa também promove capacitação, negociação justa e fomenta o turismo rural. Érica atua ainda como instrutora em programas de sucessão familiar da Federação da Agricultura e Pecuária de São Paulo. Ela reitera que seu propósito é fortalecer o campo e inspirar os mais jovens. “Ver um produtor sendo valorizado, perceber que a tradição da minha família ecoa em novas gerações e contribuir para que o meio rural seja visto como espaço de inovação e oportunidade é o que me move. Acredito que meu papel é ser ponte: entre o direito e o campo, o produtor e o consumidor, a tradição e o futuro. É isso que me faz feliz.”