Produtor acha 'mina de ouro’ ao trocar café convencional pelo tipo gourmet

Produtor acha 'mina de ouro’ ao trocar café convencional pelo tipo gourmet

José Alexandre Lacerda, de Espera Feliz (MG), nasceu e cresceu na cafeicultura na região das Matas de Minas, mas nos últimos anos sua família trocou o plantio de café convencional pelos grãos gourmet e já ganhou seis prêmios de qualidade no Estado, além de três prêmios nacionais. Leia também Café: sempre protagonista na Globo Rural Fazenda de café é a primeira do Brasil certificada em agricultura regenerativa pela Rainforest Alliance Preço do café para o consumidor deve aumentar a partir da próxima semana “Foi como se tivéssemos achado uma mina de ouro. A mudança transformou nossa vida”, disse José Alexandre em nota da Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais), que realiza o concurso estadual de qualidade há 22 anos. Ele conta que, com a produção de café convencional, a vida era muito difícil. A mudança veio quando meu pai, que sempre prezou pelo capricho na produção, foi convencido por um extensionista da Emater-MG a entrar no concurso. “Ganhamos um prêmio já na primeira vez. Outras vitórias vieram e nosso café passou a ser reconhecido no mercado. Daí nossa vida melhorou bastante e atualmente os sete irmãos vivem da cafeicultura.” No ano passado, o patriarca da família, Onofre Lacerda, ganhou o grande prêmio, recebeu R$ 10 mil pela vitória e teve seu café adquirido por uma rede de supermercados por R$ 6 mil a saca. Outros cafeicultores premiados venderam a saca por R$ 5 mil e R$ 4 mil. “Como o café subiu bastante no último ano (R$ 2.500 a saca na época), a diferença de preços foi menos acentuada, mas nos últimos anos tivemos o lote campeão sendo vendido por três vezes a cotação do dia”, disse o coordenador estadual de Cafeicultura da Emater-MG, Bernardino Cangussu. Atualmente, o sítio Di Lacerda vende café para torrefações e cafeterias de vários estados e também exporta para Portugal, Espanha, Inglaterra e Japão. Os valores dos cafés vendidos, segundo o produtor, giram em torno de 60% a 100% a mais do que uma saca comum de café. Concurso da Emater-MG é a maior e mais tradicional competição voltada exclusivamente para cafés especiais de Minas Gerais Emater-MG/Divulgação Silmara Emerick, de Alto Jequitibá, também produz cafés especiais e já acumula vários prêmios nos concursos da Emater-MG, ficando sempre entre os destaques do Concurso de Qualidade das Regiões das Matas de Minas e do Caparaó. “Os concursos trazem muita visibilidade para o produtor. No início é difícil, mas você não pode desistir. Fazendo um café de alta qualidade, você adquire credibilidade no mercado”, diz a produtora que vende seu café diretamente para o consumidor por meio da internet. O Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais da Emater é a maior e mais tradicional competição voltada exclusivamente para cafés especiais produzidos no Estado. Segundo o coordenador estadual de Culturas da empresa do governo mineiro, Willem Araújo, o concurso estadual contribuiu bastante para a melhoria dos cafés mineiros, assim como outros que são feitos pela Emater nos municípios e nas regionais. Minas Gerais é o maior produtor de café do país, com cerca de metade da produção nacional, e tem também o maior número de regiões, nove (entre elas a das Matas de Minas), que produzem cafés especiais com selo de Identificação Geográfica concedido pelo Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).