Brasil lançará com a FAO iniciativa para recuperar áreas degradadas

O Brasil vai apresentar durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, a RAIZ - Investimento em Agricultura Resiliente para Degradação Líquida Zero de Terras, iniciativa internacional com foco na recuperação de áreas agrícolas degradadas no mundo. Leia também Belterra vai investir R$ 135 milhões em recuperação de pastagens e agroflorestas Primeira fase do programa de recuperação de pastagens deve atender até três milhões de hectares A ação é liderada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), e com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e do Ministério da Pesca e Aquicultura. Estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que 2 bilhões de hectares de terras estão degradadas no mundo, afetando 3 bilhões de pessoas. De acordo com a FAO, cerca de 10 milhões de hectares de florestas são desmatadas a cada ano. De acordo com a FAO, entre 638 e 720 milhões de pessoas enfrentaram fome em 2024, e cerca de 2,3 bilhões de pessoas, cerca de 28% da população mundial, sofreram insegurança alimentar moderada a grave. A recuperação de terras degradadas é apontada como uma resposta aos desafios complexos que ameaçam a produção de alimentos e a erradicação da pobreza. Saiba-mais taboola O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse que a RAIZ representa a contribuição do Brasil à agenda global de sustentabilidade. “O que estamos levando à COP é o resultado de políticas concretas. O Brasil tem mostrado que é possível produzir de forma sustentável e quer compartilhar esse conhecimento com o mundo”, afirmou o ministro. O esforço global visa acelerar a restauração de terras agrícolas, fomentando a inovação e a cooperação no ecossistema financeiro. O objetivo é contribuir para a meta da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca de restaurar 250 milhões de hectares de terras agrícolas até 2030. Metas e países Essa meta inclui restauração de terras no Brasil (40 milhões de hectares), Nigéria (4 milhões de hectares), Quênia (5,1 milhões de hectares), Tanzânia (5,2 milhões de hectares), Madagascar (4 milhões de hectares), África do Sul (3,6 milhões de hectares), Zâmbia (2 milhões de hectares), Zimbábue (2 milhões de hectares), Mali (10 milhões de hectares), Níger (3,2 milhões de hectares), Costa do Marfim (5 milhões de hectares), Burkina Faso (5 milhões de hectares), Sudão (14,6 milhões de hectares), China (25 milhões de hectares), Alemanha (2 milhões de hectares de turfeiras), El Salvador (1 milhão de hectares), Bolívia (725 mil hectares) e Panamá (130 mil hectares). Programas No Brasil, o programa Solo Vivo, lançado em Mato Grosso, atua na recuperação de áreas degradadas e no fortalecimento da agricultura familiar. O programa conta com investimento aplicado de R$ 42,8 milhões, beneficiando cerca de 1 mil famílias de agricultores. Já o programa Caminho Verde Brasil tem como meta recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas. O programa oferece crédito com juros reduzidos a produtores que adotem práticas sustentáveis e cumpram requisitos de regularização ambiental. Na primeira fase, o programa conta com R$ 30,2 bilhões, captados por meio do Eco Invest Brasil, e prevê restaurar até 3 milhões de hectares. Adicionalmente, estão em andamento negociações com parceiros internacionais, como a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).

