Just Climate faz parceria com IFC e Itaú Unibanco

Just Climate faz parceria com IFC e Itaú Unibanco

A Just Climate, gestora de investimentos em soluções climáticas da Generation Investment Management, fundada por Al Gore, acertou duas parcerias com investidores institucionais que lhe permitirão dar início a uma nova estratégia de aportes. O foco serão iniciativas de mitigação das mudanças do clima voltadas a três setores na América Latina, incluindo a produção de alimentos. Leia também Just Climate, de Al Gore, capta mais US$ 200 milhões e investe em agtech indiana Just Climate levanta US$ 175 milhões para apoiar agricultura verde A gestora assinou memorandos de entendimento com a International Finance Corporation (IFC) — braço privado do Banco Mundial — e com o Itaú Unibanco Private Bank. Essas parcerias somam-se a outras duas assinadas ao longo do ano: com o BID Invest — braço privado do Banco Interamericano de Desenvolvimento — e com Green Climate Investment (GCF). Com esses quatro parceiros, a Just Climate pretende lançar no primeiro semestre do ano que vem um instrumento financeiro comercial que direcione capital para soluções climáticas nas áreas de sistemas alimentares e uso da terra; reindustrialização e transição energética; e gestão de resíduos — incluindo biomassa. “Uma das missões da Generation é catalisar capital para mercados emergentes, e a forma para fazer isso é ter estratégias de investimento que sejam do apetite ou perfil de investidores institucionais locais e investidores institucionais globais”, afirmou Eduardo Mufarej, co-head de investimentos e sócio da Generation. Segundo ele, com essas quatro instituições comprometidas será possível atrair mais investidores para o próximo instrumento da gestora. Desde que fundiu sua antiga gestora, a Good Karma, com a firma de investimentos da Generation, Mufarej lidera a área de investimentos da gestora voltada a soluções baseadas na natureza. O último fundo que estruturou, cuja captação foi encerrada em maio, já realizou investimentos em 11 empresas com soluções climáticas. Entre elas estão a GreenLight Bio, que fabrica defensivos à base de RNA para combater pragas, e tem o Brasil como um de seus principais mercados, e a AgroStar, startup indiana que oferece assistência a produtores sobre técnicas de melhoria de renda e resiliência climática. De acordo com Mufarej, o Brasil é a pedra angular dos investimentos climáticos hoje no mundo. “Grande parte da redução das emissões vai estar no mundo em desenvolvimento. E o Brasil é um país importante nesse mapa, seja por ter um volume de emissões grande, por ser uma economia relevante, seja porque é um grande desenvolvedor de soluções climáticas que podem ajudar o Brasil e o mundo a reduzirem o patamar de emissões”, resumiu. A Just Climate buscou instituições que já tinham proximidade com o continente para tê-las como investidores-âncora do próximo instrumento financeiro climático. “Se você quer estar na indústria do luxo, tem que estar em Paris. Se você quer estar na indústria do clima, tem que estar na América Latina”, disse ele.