Oferta de trigo aumenta e derruba preço em Chicago

Enquanto o preço dos grãos pouco oscila na bolsa de Chicago, o trigo enfrenta um momento de forte pressão de baixa. Nesta terça-feira (16/12), os lotes que vencem em março de 2026 fecharam em queda de 2,16%, a US$ 5,0950 o bushel. +Veja mais cotações na ferramenta da Globo Rural Para Luiz Pacheco, analista da T&F Consultoria Agroeconômica, o trigo vem depreciando desde o final de novembro. À época, os investidores reagiram às notícias de compras chinesas pelo cereal americano, movimento que não se consolidou. “As compras chinesas deram esperança ao mercado de que a demanda iria acelerar. Mas foram apenas 200 mil toneladas e parou. Com isso, a atenção se volta para o quadro de oferta, que é amplamente favorável neste momento”, afirma Pacheco. Para o analista, o quadro de disponibilidade melhorou após o governo da Argentina anunciar a redução para os impostos de exportação de produtos agrícolas. “A Argentina tem uma produção de trigo estimada em 27 milhões de toneladas, mas só consome 7 milhões. É por isso que ela está comercializando quase que de graça seu trigo, que custa hoje US$ 206 a tonelada, em comparação com os US$ 240 do cereal americano”, ressalta. Por fim, Luiz Pacheco lembra que as previsões de produção global completam o quadro de fatores de baixa para o trigo. Recentemente, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), estimou uma safra mundial de trigo de 837 milhões de toneladas, em comparação com as 800 milhões produzidas em 2024/25. Soja A soja fechou o pregão na bolsa de Chicago com preços em queda, com investidores decepcionados com o volume de compras da China pelo produto americano. Os contratos da oleaginosa para março recuaram 0,84%, a US$ 10,6275 o bushel. De acordo com Luiz Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica, os preços da soja estão caindo, pois o mercado não acredita que a China irá comprar as 12 milhões de toneladas de soja americana previstas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no final de outubro. “Até hoje os chineses não assinaram nenhum termo sobre a compra das 12 milhões de toneladas. Essa previsão de volume de compra sempre partiu do governo dos EUA, que esperava concluir essa meta até dezembro deste ano, mas já postergou para fevereiro de 2026. Todo esse imbróglio aumenta a incerteza do mercado na questão da demanda”, afirma Pacheco. Milho O milho também fechou a sessão em Chicago com preços em queda. Os lotes para março de 2026 caíram 0,74%, para um valor de US$ 4,3650 o bushel.

