Projetos para hidrovias buscam ampliar as saídas pelo Arco Norte

Projetos para hidrovias buscam ampliar as saídas pelo Arco Norte

Das seis hidrovias priorizadas pelo governo federal nos planos de concessão à iniciativa privada, três - Madeira, Tapajós e Araguaia-Tocantins - possibilitam o escoamento da safra agrícola do Centro-Oeste pelo chamado Arco Norte, garantindo rotas mais curtas em direção ao Atlântico em comparação com os tradicionais portos do Sudeste e do Sul. Leia também Áreas de proteção limitam expansão rodoviária no Centro-Oeste Custo pode inviabilizar ferrovia de Sinop ao Arco Norte Falta de armazéns para grãos eleva trânsito rodoviário após a colheita O arco é formado por corredores intermodais que combinam, além de rios, rodovias e, no futuro, ferrovias, conectando áreas produtoras a portos como Santarém (PA), Itacoatiara (AM), Barcarena (PA) e Itaqui (MA). Essa mudança logística já é visível nos números. Em 2024, os portos do Arco Norte movimentaram 57,6 milhões de toneladas de soja e milho, alta de 57% desde 2020, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na fila dos projetos, a Hidrovia do Paraguai (que desce até o rio da Prata) lidera o cronograma, com edital previsto para o primeiro semestre de 2026. Em seguida vem a do Madeira, projeto que abrange 1.075 km entre Porto Velho (RO) e a foz, no rio Amazonas. O processo avançou em 2024, com aprovação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e remessa ao Ministério de Portos e Aeroportos para análise final. O governo também iniciou parceria com Antaq e BNDES para estruturar as futuras concessões das hidrovias dos rios Tapajós e Araguaia-Tocantins. Pelo Tapajós, segundo Dino Antunes, secretário nacional de Hidrovias, já passam 17 milhões de toneladas/ano; pelo Tocantins, quase 15 milhões, que que poderiam chegar a 20 milhões de toneladas com a remoção do Pedral do Lourenço, formação rochosa que bloqueia a navegação na seca. “Com o pedral resolvido, a gente integra de fato o Centro-Oeste à saída Norte”, afirma Dino. O Ibama concedeu licença de instalação para o derrocamento, passo fundamental para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) iniciar a obra, mas o avanço ainda depende da licença de operação e de consultas a comunidades tradicionais, determinadas pela 9ª Vara Federal do Pará. As outras duas hidrovias nos planos do governo federal são a da Barra Norte, saída do Amazonas para o Atlântico, e a da Lagoa Mirim, no Rio Grande do Sul.