‘Brasil ganha ao se alinhar com os EUA’, diz Ted McKinney, que estará no Agro Horizonte

‘Brasil ganha ao se alinhar com os EUA’, diz Ted McKinney, que estará no Agro Horizonte

Brasil e Estados Unidos, duas potências no agronegócio mundial, teriam muito a ganhar com mais alinhamento entre os países, avalia Ted McKinney, presidente da Associação Nacional de Departamentos Estaduais de Agricultura (Nasda, na sigla em inglês). Ele acredita que o compartilhamento de tecnologias entre brasileiros e americanos pode beneficiar a cadeia agropecuária de ambos. Inscreva-se no Agro Horizonte. Vagas limitadas Ao mesmo tempo, argumenta McKinney, a estratégia de aplicação de tarifas comerciais que o presidente Donald Trump escolheu tende a resultar em acordos não só com o Brasil, mas com diversos outros países. “Espero que o Brasil perceba a importância de se alinhar com os EUA em muitas de suas relações internacionais. Já demonstramos que há muito a ganhar com a adoção, por todos nós, de tecnologias semelhantes”, disse ele em entrevista ao Valor. McKinney será um dos participantes da segunda edição do Agro Horizonte, evento que “Globo Rural” e Valor realizarão na próxima quarta-feira, dia 29, em Brasília. O público do evento, de mais 200 participantes, terá autoridades, representantes de órgãos reguladores, pesquisadores, executivos de grandes empresas do agro e líderes de associações, entre outros profissionais do segmento. Ted Mckinney: “Espero que o Brasil perceba a importância de se alinhar com os EUA em muitas de suas relações internacionais" Divulgação Ted McKinney e outros especialistas vão discutir as transformações e desafios recentes do agro e também as oportunidades que se apresentam para o setor. A Nasda, organização que McKinney preside, reúne os Departamentos de Agricultura estaduais. Antes, ele foi subsecretário do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) no primeiro governo Trump. Inscreva-se no Agro Horizonte. Vagas limitadas Para o dirigente, Brasil e EUA são dois dos países mais inovadores e rápidos na adoção de novas tecnologias no campo, o que os torna complementares. Mas, segundo ele, há dúvidas entre os americanos sobre com quem os brasileiros estão dispostos a fazer parcerias. “É um ponto crucial para o Brasil refletir sobre quem ele quer ser no cenário global”, afirmou. O governo brasileiro tem trabalhado para negociar com Trump a redução da sobretaxa de 50% que os EUA impuseram a uma série de produtos do Brasil. Café e carne bovina estão nessa lista. Sem emitir juízo de valor sobre a política tarifária dos EUA, McKinney diz que esse foi o mecanismo que Trump escolheu para tornar o comércio mais justo — do ponto de vista americano — e conseguir acordos com mais agilidade. Para ele, os produtores rurais americanos compreendem os fundamentos dessa estratégia e mantêm o apoio ao presidente. “Todos esperam que, de alguma forma, possamos restaurar o bom comércio, e isso incluiria o Brasil”, afirmou. Com o Reino Unido, argumentou ele, as negociações estão mais avançadas. Membros da Nasda vão receber em breve uma delegação britânica para discutir a adoção do combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) e de outros biocombustíveis. O que está na mesa é o fornecimento de etanol americano, produto que os EUA também querem vender mais para o mercado brasileiro. Sobre as relações EUA-China, McKinney avalia que a guerra comercial era praticamente inevitável, mas ele diz acreditar que o impasse com os chineses tem solução. A guerra tarifária entre os dois países afetou os produtores americanos de itens agrícolas importantes, como a soja, o que deve levar o governo a oferecer auxílio a esses produtores. O dirigente acredita que medidas de auxílio devem beneficiar também outros setores afetados pela política tarifária.